“Simplesmente a ponte vai limitar navios que tenham o mínimo de 80 metros e vai limitar ações econômicas dentro da Baía de Todos os Santos".
Publicado no Bahia Econômica
Em entrevista ao portal Bahia Econômica nesta segunda-feira (6), o diretor-executivo da Usuport, Paulo Villa, avalia que a Bahia necessita da Ponte Salvador-Itaparica, mas que, da forma que ele se apresenta, se trata de um “projeto ruim” que pode encarecer as operações e diminuir a competitividade do Porto de Salvador.
“Sob o ponto de vista da logística, nós temos a vulnerabilidade muito grande, em termo da dependência muito grande da BR 324. Qualquer interrompimento pode gerar grandes transtornos. Então nós temos a necessidade de ter outra saída, e a ponte é uma alternativa”, disse Villa. Entretanto, o presidente da Usuport afirma que o “projeto da ponte é muito ruim” e explica: “Primeiro, que ele está muito para fora da Bahia. Deveria ser mais interno. Um projeto que ligasse a Cia aeroporto e nós estaríamos fazendo uma espécie de contorno nessa península”.
Questionado pelo Bahia Econômica sobre os impactos na navegação, Villa destacou duas situações que podem encarecer as atividades portuárias. A primeira é que o contorno de saída de Salvador vai dificultar a manobra de navios, e essa dificuldade reflete em maior uso de navegadores e de práticos, o que pode encarecer as operações em até 30%, segundo Villa. “E qualquer coisa que encareça acaba diminuindo a competitividade do Porto de Salvador”, diz.
A outra situação é a diminuição do vão central em 80 metros. “Simplesmente a ponte vai limitar navios que tenham o mínimo de 80 metros e vai limitar ações econômicas dentro da baía de todos os santos. Também vai encarecer as manobras, porque ali tem uma corrente certamente onde passa o canal e vai ser mais cuidadoso. Então, Sou adepto de que a ponte, ao invés de um vão alto, deveria ser um túnel”, avalia o presidente da Usuport.
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