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Ferrovia do Subúrbio de Salvador completa 9 meses de desativação e destruição

A paralisação do trem, absurdamente, se deu em plena pandemia, o que fez piorar as aglomerações nos pontos e a super lotação dos ônibus. Por Movimento Trem de Ferro

Publicado na página Ver de Trem


No último dia 15 de novembro a Ferrovia do Subúrbio completou 9 meses de sua desativação e destruição, logo completará um ano, os impactos já são mais do que visíveis na vida de quem usava o único meio de transporte acessível aos milhares de trabalhadores de baixa renda, estudantes, feirantes, pescadores, desempregados entre outros excluídos do transporte por ônibus, que custa 8 vezes mais caro.

A maioria desses usuários está a baixo da linha da pobreza, (fonte: pesquisa Ministério Publico) esse era o único meio de transporte o qual se tinha acesso pelo baixo valor da tarifa. Praticamente esse percentual dos passageiros estão fazendo o percurso a pé.

A paralisação do trem, absurdamente, se deu em plena pandemia, o que fez piorar as aglomerações nos pontos e a super lotação dos ônibus. Esses transtornos poderiam ser evitados, se:

1 - A obra tivesse início no trecho entre o bairro da Calçada, bairro do Comércio e Acesso Norte (Metrô).

2 – O modal a ser implantado fosse de fato o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, pois, por ser um trem mais leve, é compatível com a infra estrutura ferroviária que temos, portanto, os trens poderiam continuar servindo a população e as obras poderiam ser executadas. Não seria necessário disponibilizar transporte alternativo equivalente, o que de fato seria imprescindível mas que não ocorreu, inclusive foi descumprido a liminar no Tribunal de Justiça que solicitou a colocação desse transporte e o cadastramento dos passageiros para que pudesse ter acesso.

O reflexo da desativação do trem também é sentida pelo comércio local, pois comerciantes no entorno das estações, estão reclamando que o movimento caiu drasticamente, é o caso de dona Patrícia que é proprietária de um restaurante próximo a uma das estações e relata:

"Tenho quase 11 anos no local e nunca passei por uma situação tão difícil financeiramente, causou uma perda de 80% das vendas, já estamos programados para devolver o ponto que é alugado, um verdadeiro absurdo, a vizinha que estava há 18 anos no ponto ao lado do nosso teve que entregar pelo mesmo motivo, ainda por cima, a crise causada pela pandemia".

Continuamos confiantes em ações da PGR (Procuradoria Geral da República), para que esse grave equívoco do desmonte de uma malha ferroviária tão importante em vários aspectos, não tenha continuidade.

É preciso considerar a insatisfação da população que começa ter conhecimento de ter sido enganada, que o monotrilho que querem implantar é mais caro, e sobre pneus que polui o meio ambiente e guias elevadas de concreto que polui a paisagem, portanto não é um VLT.


É preciso respeitar as diversas estâncias técnicas locais e nacionais que chamam atenção pelas inconsistências e irregularidades do projeto, tornando-se temerário com os prejuízos no futuro que esse desserviço irão causar a sociedade.

Os empreendimentos devem ser executados racionalmente e bem planejados para que atenda a todos os cidadãos. Não é admissível ocorrer exclusão nem destruição de importantes e valorosos patrimônios públicos. (Pedido de CPI para apurar irregularidades do monotrilho).

E por fim e mais preocupante é o anúncio de conclusão da obra que já se estendeu para possivelmente no ano de 2025, até porque o empréstimo da maior parcela solicitado ao BID Invest (Banco Interamericano de Desenvolvimento), ainda está em análise, pelo fato das irregularidades detectadas e novos estudos dos impactos, estão sendo refeitos, sem data prevista de conclusão.


OS GOVERNANTES NÃO SÃO PASSAGEIROS DO TRANSPORTE PÚBLICO MAS SÃO “PASSAGEIROS” NO PODER. ELES PASSAM E DEIXAM AS DÍVIDAS ABSURDAS PARA O POVO PAGAR. ISSO NÃO É JUSTO PRECISA MUDAR.

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